Azul reduz perdas após pedido de recuperação judicial nos EUA

Azul reduz perdas após pedido de recuperação judicial nos EUA

A Azul (AZUL4) reduziu perdas após pedir recuperação judicial nos EUA (Chapter 11), com ações caindo 0,93% no dia. A empresa, com dívida de R$ 31,35 bilhões, busca reestruturação, apoio de credores e parceiras como United e American Airlines, projetando eliminar US$ 2 bilhões em dívidas até 2026.

Azul (AZUL4) reduz perdas após pedido de recuperação judicial nos EUA

A Azul (AZUL4) apresentou recuperação parcial em suas ações após a empresa protocolar pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, com base no Chapter 11. Apesar da desvalorização inicial de 5,61%, cotada a R$ 1,01 no início da sessão, as perdas foram reduzidas para 0,93% no decorrer do dia. A companhia acumula queda de 89% nos últimos 12 meses, sendo 70% apenas em 2025.

A decisão marca uma mudança na estratégia da Azul, que até então negava a possibilidade de recorrer ao mecanismo. Com isso, a empresa deixa de ser a única grande companhia aérea brasileira a evitar o Chapter 11 desde a pandemia. Os desafios do setor, atrasos no financiamento governamental e dificuldades de captação no mercado pressionaram a decisão.

Em abril, a Azul realizou uma oferta de ações para fortalecer sua estrutura financeira, arrecadando R$ 1,6 bilhão — valor abaixo do esperado e insuficiente para equilibrar sua dívida de R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 50,3% em relação a 2024.

Reestruturação financeira e apoio de credores

Segundo o Bradesco BBI, a redução da alavancagem é um dos pontos positivos do processo. A Azul projeta sair do Chapter 11 com uma alavancagem líquida de 3 vezes, chegando a 2,2 vezes até o final de 2026, contra 5,1 vezes antes do pedido. O banco destaca que o processo deve resultar na eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas, mas com diluição significativa para os acionistas atuais.

A empresa já conta com o apoio de credores, da maior arrendadora de aeronaves e das parceiras United Airlines e American Airlines. Os acordos incluem um financiamento de US$ 1,6 bilhão na modalidade debtor-in-possession (DIP), sendo US$ 670 milhões em recursos novos. Além disso, as duas companhias aéreas norte-americanas investirão até US$ 300 milhões na Azul, tornando-se sócias ao final do processo.

Expectativas e próximos passos

“Tomamos a decisão estratégica de iniciar uma reestruturação financeira voluntária para otimizar nossa estrutura de capital”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul. A empresa espera concluir o processo até o final de 2025 ou início de 2026, com projeção de eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e receber até US$ 950 milhões em aportes de capital.

O financiamento DIP será amortizado com recursos de uma oferta de subscrição de ações de até US$ 650 milhões, já garantida por investidores. A Azul ressalta que o cronograma está acelerado devido aos acordos prévios. “Esse pacote de financiamento simplifica o processo”, destacou a companhia em comunicado.

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