Tomate pressiona inflação e IPCA-15 sobe 0,43% em abril

Tomate pressiona inflação e IPCA-15 sobe 0,43% em abril

O tomate liderou a alta da inflação em abril, com aumento de 32,67%, pressionando o IPCA-15 a 0,43%. Alimentos como café e leite também subiram, enquanto combustíveis e passagens aéreas amenizaram o impacto. O BC mantém cautela, com expectativa de aumento da Selic devido à inflação persistente em serviços e alimentos.

Alimentos pressionam inflação e tomate lidera alta no IPCA-15

O tomate foi o grande vilão da inflação em abril, com alta de 32,67% no mês, após já ter subido 12,57% em março. Sozinho, o alimento contribuiu com 0,08 ponto percentual para o IPCA-15, prévia da inflação oficial, que ficou em 0,43% no período. Apesar de dentro das expectativas, o dado mantém o Banco Central em alerta para a próxima reunião de política monetária.

O grupo “Alimentação no Domicílio” acelerou de 1,25% para 1,29%, pressionado não apenas pelo tomate, mas também por café moído (+6,73%) e leite longa vida (+2,44%). Enquanto isso, bens industriais tiveram forte aceleração, passando de 0,17% para 0,53%, reflexo do fim dos descontos da Semana do Consumidor.

Combustíveis e passagens aéreas amenizam pressão

O indicador geral teve alívio com a queda nos preços dos combustíveis e a deflação de 14,38% nas passagens aéreas, que reduziram 0,11 ponto percentual da inflação do mês. No entanto, economistas destacam que os serviços subjacentes continuam em trajetória ascendente, subindo de 6,24% para 6,42%.

“A foto até que não é ruim, mas o filme continua preocupando”, analisa Luiz Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners. Ele ressalta que a inflação acumulada no primeiro quadrimestre de 2025 já chega a 2,42%, contra 1,67% no mesmo período de 2024.

BC deve manter cautela na próxima reunião

Especialistas projetam que o Copom elevará a Selic em maio, mas divergem sobre a magnitude do ajuste. Enquanto parte do mercado espera alta de 0,25 ponto percentual, analistas como os da XP Investimentos defendem que os juros devem chegar a 14,75% ao ano.

“Os números mostram que devemos ser cautelosos com o otimismo excessivo”, afirma Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. Ela destaca que a inflação de alimentos segue pressionada por fatores sazonais e ciclos específicos, independentemente da demanda das famílias.

Para André Valério, do Inter, o cenário ainda exige política monetária restritiva: “Apesar da estabilidade do núcleo da inflação em abril, os serviços permanecem em patamar elevado, o que justifica a cautela do BC”.

Enquanto isso, o PicPay projeta Selic a 15% até o fim do ano, com inflação em 5,6% para 2025. O consenso entre analistas é que, mesmo com alívio pontual, a trajetória dos preços ainda preocupa e deve manter o BC como o “chato da festa” no curto prazo.

InfoRadar

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