
Secretário condenado por furto em açougue em SP
Secretário da Segurança é condenado por furto em açougue: entenda o caso
Sandro Torres Amante, atual secretário de Segurança Urbana de Ribeirão Pires (SP), foi condenado a 2 anos e 11 meses de prisão por furto qualificado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O caso, que remonta a 2018, revela um esquema criminoso envolvendo agentes públicos e milícia privada.
Os fatos: furto planejado e indícios de organização criminosa
Em 18 de junho de 2018, dois açougues no centro de Ribeirão Pires foram alvos de um furto coordenado durante a madrugada. Quase 60 kg de carne, R$ 28 mil em dinheiro, cheques e equipamentos de segurança foram levados. As investigações apontaram que o crime foi planejado por integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM), incluindo Amante, então subcomandante da corporação.
Entre as evidências:
- Câmeras de vigilância da prefeitura foram desviadas por um dos acusados;
- Falsa denúncia anônima afastou policiais da região;
- Vídeos mostram os envolvidos dividindo os produtos furtados.
Condenação e contradições
Em primeira instância, apenas um dos acusados foi condenado. Após recurso do Ministério Público, o TJ-SP estendeu a pena a Amante e outro colaborador em janeiro de 2025. O tribunal considerou provada a autoria com base em:
- Gravações;
- Boletins de ocorrência;
- Depoimentos de testemunhas protegidas.
O caso ganhou novos contornos com a investigação sobre milícia privada dentro da GCM entre 2019 e 2023. Segundo o Gaeco, guardas cobravam de comerciantes por “proteção” após facilitar crimes. Há ainda relatos de tráfico de drogas e extorsão.
Repercussão política
Amante foi nomeado secretário em dezembro de 2023 pelo prefeito Gustavo Volpi (PL), mesmo respondendo ao processo. A prefeitura alega não ter sido notificada da condenação. Em redes sociais, Volpi declarou “acreditar na inocência” do secretário e não planeja sua exoneração.
A defesa dos condenados recorre ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a decisão. Enquanto isso, o caso expõe desafios no combate à infiltração criminosa em instituições públicas.