Planos de saúde lucram R$ 6,9 bi no 1º trimestre de 2025

Planos de saúde lucram R$ 6,9 bi no 1º trimestre de 2025

Operadoras de saúde registraram lucro líquido recorde de R$ 6,9 bi no 1º trimestre de 2025, mais que dobrando o resultado de 2024. O setor se recupera pós-pandemia, mas enfrenta críticas por reajustes abusivos, enquanto defende custos crescentes. Debate sobre sustentabilidade e direitos do consumidor permanece.

Planos de Saúde Registram Lucro Líquido Recorde de R$ 6,9 Bi no Primeiro Trimestre de 2025

As operadoras de planos de saúde médico-hospitalares alcançaram um lucro líquido de R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O valor mais que dobrou em comparação ao mesmo período de 2024 (R$ 3,1 bilhões) e representa o maior patamar da série histórica, iniciada em 2018.

O resultado operacional, que exclui ganhos financeiros e considera apenas receitas e despesas diretamente ligadas à assistência à saúde, também atingiu um recorde: R$ 4,4 bilhões em saldo positivo. A ANS destacou que o desempenho consolida a recuperação do setor após os impactos da pandemia.

Setor em Expansão: Odontológicos e Administradoras de Benefícios

Quando somados os planos odontológicos e as empresas administradoras de benefícios, o lucro líquido do setor chegou a R$ 7,1 bilhões, um aumento de 114% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O dado nominal, sem ajuste pela inflação, reforça a tendência de crescimento.

As administradoras de benefícios, que atuam como intermediárias entre operadoras e contratantes, não operam diretamente os planos, mas contribuíram para o resultado agregado.

Críticas e Defesa do Setor

O setor de planos de saúde enfrenta reclamações frequentes de consumidores, especialmente sobre reajustes abusivos e cancelamentos de contratos. Por outro lado, as operadoras argumentam que os custos aumentaram devido à incorporação de tecnologias médicas e ao envelhecimento da população, que eleva a demanda por serviços.

Marina Paullelli, coordenadora do programa de saúde do Idec, criticou a justificativa das operadoras: “Os dados da ANS mostram que os supostos riscos econômicos não se concretizam”, afirmou, referindo-se aos lucros recordes.

A OAB-SP também manifestou preocupação com o “descumprimento sistemático de decisões judiciais por operadoras”, enquanto entidades como Abramge e FenaSaúde não se pronunciaram sobre os resultados.

Perspectivas e Desafios

Com o cenário econômico favorável, as operadoras consolidam sua recuperação, mas o debate sobre sustentabilidade e direitos do consumidor permanece acirrado. Enquanto o setor aponta para custos crescentes, os dados financeiros revelam uma realidade de lucratividade sem precedentes.

Por InfoRadar

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