
Operação na Ladeira dos Tabajaras deixa quatro mortos
Operação na Ladeira dos Tabajaras mira assassinos de policial marido de juíza; quatro pessoas morreram
Uma operação policial de grande porte foi realizada nesta terça-feira na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. A ação, conduzida pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), teve como objetivo cumprir mandados de prisão contra os envolvidos no assassinato do agente João Pedro Marquini, morto em março deste ano. Quatro suspeitos foram mortos durante o confronto.
Tiroteio intenso e clima de tensão
O início da operação foi marcado por um intenso tiroteio, que assustou moradores e comerciantes da região. Testemunhas relataram terem se escondido no chão de estabelecimentos durante os disparos. A Rua Pinheiro Guimarães, em Botafogo, foi interditada, e um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou a área, aumentando a apreensão.
O Colégio Andrews, localizado próximo à comunidade, adotou medidas de segurança, mantendo os alunos em salas de aula. Em comunicado, a instituição afirmou que os sons da operação foram ouvidos dentro da escola, mas que todos os estudantes estavam seguros.
Suspeitos identificados e mortos em confronto
Entre os alvos da operação estavam Walace Andrade de Oliveira, conhecido como Chocolate, e Antonio Augusto D’Angelo Fonseca, identificados como envolvidos no assassinato do policial. A investigação utilizou imagens de câmeras de segurança, depoimentos e cruzamento de dados de inteligência para chegar aos suspeitos.
Além deles, outros três homens foram mortos: Vinícius Kleber Di Carlatoni Martins (Cheio de Ódio), William do Amaral Gomes (Marmitão) e Douglas de Souza Napoleão (DG). Kauã Costa Mota, de 18 anos, também foi uma das vítimas. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que a ação continuava em áreas de mata da comunidade, com armas apreendidas e criminosos “neutralizados”.
Contexto do assassinato do policial
João Pedro Marquini foi morto em 30 de março, após se deparar com um grupo armado na Serra da Grota Funda. Ele telefonou pedindo reforços, mas foi baleado cinco vezes antes da chegada de apoio. Sua esposa, a juíza Tula Mello, que dirigia um carro blindado atrás dele, escapou ilesa após o veículo ser atingido por tiros.
Operação após decisão do STF
A ação ocorre duas semanas após o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir o julgamento da ADPF 635, que estabeleceu medidas para reduzir a letalidade policial no Rio. Entre as mudanças, estão a flexibilização do uso de helicópteros em operações e a obrigatoriedade de câmeras corporais. O secretário Felipe Curi afirmou que a operação faz parte de um plano de retomada de territórios dominados pelo crime.
O STF também determinou a comunicação imediata ao Ministério Público em casos de mortes decorrentes de ações policiais, além da realização de autópsias em até dez dias.
O clima na Ladeira dos Tabajaras segue tenso, com forte presença policial e moradores cautelosos. Apesar disso, sinais de normalidade começam a aparecer, com o retorno de transportes locais como kombis e mototáxis.