
Motta busca blindar Câmara de polarização e pede autocrítica
Motta busca blindar pauta da Câmara de polarização e pede autocrítica dos Poderes
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, destacou a necessidade de harmonia entre os Poderes durante evento em Nova York, enquanto tensões com o STF continuam após decisão sobre caso Ramagem.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que seu papel é “blindar” a pauta da Casa da polarização política, mas ressaltou a importância da “autocrítica dos Poderes” para promover a estabilidade institucional. A declaração foi feita durante sua participação no Lide Brazil Investment Forum, realizado em Nova York.
O comentário ocorre em meio a tensões entre o Legislativo e o Judiciário, após o STF derrubar uma norma aprovada pela Câmara que suspendia temporariamente o julgamento do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de envolvimento em atos golpistas. A medida também poderia beneficiar outros réus, como o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Harmonia entre Poderes em debate
Motta enfatizou que a pacificação do país depende da colaboração entre os Poderes, mas destacou que cada um deve fazer sua parte: “Tenho me esforçado para implementar essa agenda. Essa pacificação passa pela harmonia entre os Poderes, mas cada Poder tem que fazer autocrítica para colaborar”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, elogiou a condução de Motta na Câmara, afirmando que as relações entre as instituições são “extremamente cordiais”. Barroso reforçou que o STF age dentro de seus limites constitucionais: “O Supremo desempenha seu papel de interpretar a Constituição, e acho que o faz na medida adequada”.
Caso Ramagem e repercussão política
A decisão do STF, que limitou a suspensão de processos apenas a crimes cometidos após a diplomação de parlamentares, gerou desconforto na base aliada de Bolsonaro. Motta afirmou que aguarda análise jurídica da Câmara antes de se posicionar definitivamente, mas a resposta só deve ser divulgada após o término do julgamento no Supremo.
O episódio reforça os desafios de coordenação entre os Poderes em um cenário político ainda marcado por polarizações. Enquanto Motta busca equilibrar pressões internas e externas, Barroso sinaliza abertura ao diálogo, mas mantém a postura de defender a autonomia do Judiciário.
Por InfoRadar