Juros do crédito consignado privado disparam em abril

Juros do crédito consignado privado atingiram recorde em abril, subindo de 44% para 59,1% ao ano. O aumento é atribuído à inclusão de clientes com maior risco e à falta de garantias imediatas. O governo espera queda com a garantia do FGTS a partir de julho.

Juros do crédito consignado disparam na contramão das expectativas do governo

Contrariando as projeções oficiais, as taxas de juros do crédito consignado privado atingiram o maior patamar da série histórica em abril, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). A modalidade, lançada para reduzir custos aos trabalhadores, registrou alta de 44% para 59,1% ao ano em apenas um mês.

O que explica o aumento?

Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, atribuiu o fenômeno a dois fatores principais:

Expansão do perfil de clientes: A nova linha, que permite empréstimos com desconto em folha sem intermediação empregatícia, atraiu um público com maior risco creditício.
Falta de garantias imediatas: A expectativa é que as taxas recuem após a implementação da garantia do FGTS, prevista para julho.

“Os bancos avaliaram que esse novo leque de clientes tinha condições de pagamento mais frágeis”, explicou Rocha em coletiva.

Impactos no mercado

O saldo total do crédito consignado alcançou R$ 704 bilhões, recorde da série histórica. As concessões para o setor privado tiveram alta de 148,7%, enquanto o volume geral cresceu 8,6%.

Apesar do cenário, o governo mantém a expectativa de que a modalidade cumpra seu papel de reduzir custos financeiros aos trabalhadores no médio prazo. A garantia do FGTS é apontada como fator crucial para essa reversão.