
Intempus quer dar emoções humanas a robôs com IA
Por que a Intempus acredita que robôs devem ter um estado fisiológico humano
Intempus, uma startup de robótica fundada por Teddy Warner, está revolucionando a interação entre humanos e máquinas ao desenvolver tecnologia que confere a robôs expressões emocionais humanizadas. A empresa, que faz parte do programa Thiel Fellowship de Peter Thiel, busca tornar os robôs mais previsíveis e menos “estranhos” ao incorporar dados fisiológicos em seus sistemas.
Warner, de apenas 19 anos, cresceu em um ambiente ligado à robótica e teve a ideia para a Intempus enquanto trabalhava no laboratório de pesquisa em inteligência artificial (IA) Midjourney. Ele percebeu que os modelos de IA enfrentam dificuldades em alcançar um raciocínio espacial avançado porque os robôs que geram os dados de treinamento não possuem um “estado fisiológico” — algo inerente aos seres vivos.
“Robôs atuais vão de A para C, ou seja, da observação à ação, enquanto humanos têm um passo intermediário B: o estado fisiológico”, explicou Warner. “Eles não sentem estresse ou alegria. Se queremos que robôs entendam o mundo como nós, precisamos dar a eles essa camada emocional.”
Tecnologia que imita emoções humanas
A solução da Intempus começa com a captura de dados como sudorese, frequência cardíaca e temperatura corporal, usando tecnologias como fotopletismografia (medição de volume sanguíneo). Inicialmente, Warner testou ressonância magnética funcional (fMRI), mas obteve melhores resultados com polígrafos (detectores de mentira), que analisam respostas fisiológicas.
Os robôs equipados com essa tecnologia exibem emoções por meio de movimentos cinéticos, como gestos de braços e torso, que humanos interpretam subconscientemente. “Cães, gatos e outros animais também se comunicam assim — não apenas por expressões faciais”, destacou Warner.
Parcerias e próximos passos
Lançada em setembro de 2024, a Intempus já fechou contratos com sete empresas de robótica e planeja expandir sua equipe. O foco atual é adaptar robôs existentes, mas Warner não descarta a possibilidade de desenvolver máquinas 100% emocionalmente inteligentes no futuro.
“Quero que as pessoas olhem para um robô e saibam imediatamente se ele está alegre ou tenso”, disse Warner. “Se conseguirmos transmitir emoções de forma intuitiva, teremos cumprido nossa missão.”
Com o apoio do Thiel Fellowship e uma abordagem inovadora, a Intempus pode estar redefinindo o futuro da interação humano-robô — tornando as máquinas não apenas funcionais, mas verdadeiramente humanizadas.
Por InfoRadar