
O dólar caiu para R$ 5,59, influenciado por tarifas de Trump e expectativa de corte de juros nos EUA. O Ibovespa subiu, atraindo investidores estrangeiros, enquanto commodities caíram. Especialistas alertam para riscos em setores exportadores, apesar do fluxo de capital para o Brasil.
Dólar Cai a R$ 5,60 com Tarifas de Trump e Expectativa de Juros Mais Baixos nos EUA
O dólar registrou forte desvalorização nesta quinta-feira, atingindo R$ 5,59 no mercado interno, seu menor patamar desde outubro de 2024. A queda reflete preocupações com a desaceleração da economia americana, impulsionada pelas novas tarifas de importação anunciadas pelo governo Trump. Paralelamente, o Ibovespa subiu 0,86%, contrastando com a tendência negativa das bolsas globais.
Impacto das Tarifas e Revisão de Expectativas
Investidores reduziram projeções de crescimento para os EUA em 2025, pressionando o DXY (índice do dólar frente a outras moedas) para 101,30 pontos, queda de 2,3%. Segundo a plataforma FedWatch, 32% dos agentes apostam em corte de 1 ponto na taxa de juros americana até o fim do ano. Um relatório da Monte Bravo estima que as tarifas elevarão custos anuais em até US$ 4,2 mil por família nos EUA, impactando consumo e lucros corporativos.
Bolsa Brasileira na Contramão Global
Enquanto bolsas asiáticas e europeias recuam, o Ibovespa avançou para 132.317 pontos, impulsionado por:
- Retorno de investidores estrangeiros a mercados emergentes, como o Brasil, visto como alternativa em meio à volatilidade global.
- Expectativa de maior aproximação comercial com o país devido às tarifas.
Setores como commodities, no entanto, sofreram pressão. A Vale caiu 2% após rebaixamento da nota de crédito da China pela Fitch, enquanto ações da Petrobras recuaram 3,15%, alinhadas à queda do petróleo internacional.
Análise dos Especialistas
Para Jerson Zanlorenzi, do BTG Pactual, as tarifas podem reduzir a atividade econômica entre EUA e China, afetando a demanda por commodities. “O Brasil se beneficia com realocação de capital, mas a baixa liquidez da bolsa local amplifica volatilidade”, destacou. A decisão da Opep+ de aumentar a produção de petróleo também pesou nos preços do óleo.
Em resumo, o cenário sugere cautela: enquanto o dólar enfraquece diante de incertezas nos EUA, o mercado brasileiro atrai fluxos, mas setores exportadores enfrentam riscos.