
Clair Obscur: Expedition 33 prova que jogos AA merecem atenção
Clair Obscur: Expedition 33 é ótimo — mas não deve ser tratado como exceção em indústria que produz milhares de jogos ao ano
Clair Obscur: Expedition 33 é um título que chama atenção. Com uma ambientação sonora imersiva, personagens cativantes e mecânicas de combate que evitam a monotonia, o RPG de estreia da Sandfall Interactive tem conquistado olhares curiosos nas últimas semanas. No entanto, o jogo não deve ser visto como um fenômeno isolado em uma indústria que lançou 18.832 jogos apenas no Steam em 2024, segundo o SteamDB.
Embora muitos desses títulos sejam ignorados — quase 50% não receberam sequer 10 análises na plataforma —, jogos como Clair Obscur provam que produções independentes ou AA merecem reconhecimento. Desenvolvido por um estúdio com 34 funcionários e equipes terceirizadas, o jogo de aproximadamente 30 horas demonstra como é possível criar experiências ricas com recursos limitados, inspirando até mesmo grandes estúdios AAA.
O sucesso de Clair Obscur se junta a outros títulos menores que brilharam recentemente, como Lies of P, Animal Well e Balatro. Esses jogos reforçam a importância de valorizar produções que fogem do conformismo da indústria, especialmente em gêneros como RPGs de turno, que ganharam destaque com Baldur’s Gate 3 e Sea of Stars.
Apesar disso, muitos jogadores ainda superestimam franquias consolidadas, tratando bons jogos independentes como exceções. A aparência quase AAA de Clair Obscur serve como um lembrete para estúdios gigantes sobre a importância de detalhes e inovação. O momento atual da indústria exige que paremos de enxergar produções menores como raridades e passemos a valorizá-las como parte essencial do mercado.
Esses jogos não apenas salvam a alma criativa da indústria, mas também servem de inspiração há tempos. É hora de deixar de marginalizá-los e reconhecer seu papel fundamental em um cenário cada vez mais saturado e conservador.
Por InfoRadar