Cientistas registram erupção vulcânica ativa no fundo do oceano

Cientistas registram erupção vulcânica ativa no fundo do oceano

Cientistas registraram a primeira erupção vulcânica ativa em uma dorsal oceânica a 2.500 metros de profundidade no Pacífico. Observaram lava expelida e mudanças drásticas na vida marinha. O evento raro, capturado pelo submersível Alvin, ajuda a entender a atividade vulcânica submarina e seus impactos ambientais.

Cientistas registram pela 1ª vez erupção vulcânica ativa em cadeia de montanhas no fundo do oceano

Evento raro foi registrado a bordo de submersível a 2.500 metros de profundidade; mais de 80% da atividade vulcânica do planeta ocorre no fundo do mar.

Uma equipe de pesquisadores a bordo do submersível Alvin testemunhou, pela primeira vez, uma erupção vulcânica ativa em uma dorsal meso-oceânica, uma extensa cadeia de montanhas submersas que se estende ao longo dos fundos oceânicos. O registro ocorreu durante uma expedição científica no leste do Oceano Pacífico, próximo à fonte hidrotermal Tica, a cerca de 2.500 metros de profundidade, na costa da Costa Rica.

No dia 28 de abril, os cientistas observaram a área repleta de vida marinha, com vermes tubulares, peixes, mexilhões e caranguejos. Na manhã seguinte, o cenário havia mudado drasticamente: os animais haviam desaparecido e o fundo do mar estava coberto por lava endurecida. À distância, a equipe viu clarões alaranjados de lava sendo expelida pelas fissuras no solo oceânico.

“Meu cérebro estava tentando entender o que estava acontecendo. Para onde tudo foi?”, relatou Andrew Wozniak, oceanógrafo químico da Universidade de Delaware e cientista-chefe da expedição.

Segundo os pesquisadores, a presença de lava incandescente confirmou que a erupção ainda estava em andamento. Por segurança, a piloto do Alvin, Kaitlyn Beardshear, decidiu encerrar a missão quando a temperatura ao redor do submersível não parava de subir.

Apesar do tempo limitado, os cientistas conseguiram coletar dados e amostras de água e sedimentos para estudos futuros. O objetivo agora é entender os impactos da erupção na química da água e na biodiversidade local. O grupo também vai monitorar a região à distância, com sensores e mapas de alta resolução.

A fonte Tica é estudada desde 1991, quando foi observada pela primeira vez após uma possível erupção. Segundo o geólogo Dan Fornari, que participou da descoberta inicial mas não esteve na missão atual, o evento ajuda a compreender melhor os sistemas interligados entre o oceano e o interior da Terra.

Mais de 80% da atividade vulcânica e sísmica do planeta ocorre no fundo do mar, mas raramente é observada em tempo real. Até hoje, apenas duas outras erupções submarinas haviam sido testemunhadas ao vivo — nenhuma delas em uma dorsal oceânica.

Por InfoRadar

Visited 1 times, 1 visit(s) today

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *