
A empresa Colossal Biosciences recriou geneticamente o lobo-terrível, extinto há 10 mil anos, usando DNA fóssil e edição genética CRISPR. O projeto, que inclui outras espécies como o mamute-lanhoso, promete avanços na conservação, mas levanta questões éticas sobre reintrodução e bem-estar animal.
O retorno do lobo-terrível: como a ciência trouxe de volta uma espécie extinta há 10 mil anos
Conhecido graças à série Game of Thrones, o lobo-terrível (“dire wolf”) foi recriado geneticamente pela empresa Colossal Biosciences, marcando um avanço sem precedentes na ciência da desextinção. Os novos espécimes, batizados de Remus, Romulus e Khaleesi, representam a primeira vez que essa espécie extinta há mais de 10 mil anos volta a caminhar na Terra.
O projeto de desextinção
Para recriar o lobo-terrível, a Colossal analisou DNA preservado em fósseis, incluindo dentes de 13 mil anos e um crânio de 72 mil anos. Usando ferramentas de edição genética CRISPR Cas-9, os cientistas reescreveram o código genético do lobo-cinzento, adaptando-o para se assemelhar ao do lobo-terrível. Cães domésticos foram utilizados como mães de aluguel, e os filhotes estão sendo cuidados em um centro de preservação nos EUA, com localização mantida em sigilo.
Impactos e aplicações futuras
O sucesso no projeto do lobo-terrível abre portas para outras espécies. A Colossal já trabalha na desextinção do dodô, do mamute-lanhoso e do tilacino (tigre-da-Tasmânia). A empresa, avaliada em 10 bilhões de dólares, emprega 130 cientistas e acredita que a tecnologia desenvolvida pode ajudar a preservar espécies ameaçadas, como o lobo-vermelho e elefantes adaptados às mudanças climáticas.
Comportamento e dilemas éticos
Segundo a revista Time, os lobos-terríveis recriados apresentam comportamento selvagem, mostrando desconfiança até mesmo de seus cuidadores. No entanto, o projeto levanta questões éticas, como o sofrimento potencial das mães de aluguel e os riscos ecológicos da reintrodução de espécies extintas. A Colossal defende que a tecnologia é crucial para combater a perda de biodiversidade, estimada em 30% até 2050.
Com avanços contínuos em genética, a desextinção pode se tornar uma ferramenta poderosa na conservação, mas o debate sobre seus limites e consequências ainda está em aberto.