
Brasil apura operação dos EUA para retirar opositores de Maduro
Brasil não tinha conhecimento sobre operação dos EUA para retirada de opositores de Maduro
O governo brasileiro foi pego de surpresa com a ação liderada pelos Estados Unidos para resgatar opositores do regime venezuelano da Embaixada Argentina em Caracas. O Itamaraty afirmou que apura os detalhes do episódio.
Operação surpresa e custódia brasileira
Segundo fontes diplomáticas, o Brasil não foi informado previamente sobre a operação coordenada pelos EUA para retirar opositores de Nicolás Maduro que estavam asilados na Embaixada da Argentina na Venezuela. Com a expulsão dos diplomatas argentinos por Caracas – após o governo de Javier Milei não reconhecer a vitória de Maduro nas eleições de 2024 –, o Brasil assumiu a custódia do local, conforme previsto nas Convenções de Viena.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou na terça-feira (6) que os opositores foram resgatados e levados aos EUA. Diplomatas brasileiros relataram à imprensa que não houve cooperação prévia com Washington e que a estratégia do Itamaraty sempre foi negociar salvo-condutos com o governo venezuelano – sem sucesso.
Repercussão internacional
Rubio comemorou publicamente o resgate, classificando os asilados como “reféns do regime de Maduro”. Já o presidente argentino, Javier Milei, referiu-se à ação como uma “extração“, indicando que ocorreu sem o aval das autoridades venezuelanas. O Itamaraty limitou-se a afirmar que o grupo está em segurança, sem detalhar como a saída foi concretizada.
Tensões diplomáticas
A relação entre os presidentes Lula e Maduro, antes alinhada, enfrenta divergências desde que o Brasil passou a cobrar a divulgação das atas eleitorais da Venezuela – documento que o regime se recusa a tornar público. O Brasil não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro, mantendo-se neutro ao afirmar que reconhece o Estado venezuelano, e não seu governo.
Enquanto o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela garante a vitória de Maduro, a oposição insiste que as atas comprovariam a liderança de Edmundo Gonzáles. A Suprema Corte local proibiu a divulgação do material, alimentando críticas da comunidade internacional sobre a transparência do processo.
Por InfoRadar