Azul pede recuperação judicial nos EUA e reduz frota em 35%
Azul entra com pedido de recuperação judicial nos EUA e reduzirá 35% da frota
A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quarta-feira o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. A medida visa eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e inclui um plano de reestruturação com financiamento de US$ 1,6 bilhão e novos aportes de até US$ 950 milhões. A empresa garantiu que os voos e vendas de passagens continuam normalmente.
Ações despencam em Nova York
O mercado reagiu negativamente à notícia. As ADRs (American Depositary Receipts) da Azul chegaram a cair 30% nas negociações pré-mercado em Nova York, cotadas a US$ 0,35. No Brasil, as ações oscilaram, com queda inicial de 10% antes de se estabilizar.
A companhia destacou ter o apoio de parceiros estratégicos, como United Airlines e American Airlines, além de credores-chave, incluindo a AerCap, responsável por 60% dos contratos de leasing de aeronaves. Em comunicado, o CEO John Rodgerson afirmou: “Esses acordos marcam um passo significativo na transformação do nosso negócio, permitindo que emergimos como líderes do setor.”
Impacto da pandemia e desafios operacionais
A Azul vinha enfrentando dificuldades financeiras agravadas pela pandemia de Covid-19, instabilidade macroeconômica e problemas na cadeia de suprimentos da aviação. Rodgerson classificou a medida como uma “reestruturação proativa para otimizar a estrutura de capital”.
Entenda o Chapter 11
O Chapter 11 é um instrumento da legislação norte-americana que suspende a cobrança de dívidas e permite à empresa renegociar suas obrigações enquanto mantém as operações. O processo envolve:
- Pedido de reestruturação: a empresa solicita proteção judicial contra credores.
- Audiência inicial: define a estrutura legal do processo.
- Desenvolvimento do plano: elaboração de estratégias para recuperação financeira.
- Votação: credores aprovam ou rejeitam o plano proposto.
- Implementação: execução das medidas acordadas.
A Azul planeja reduzir 35% da frota como parte do ajuste, mantendo o foco em rotas rentáveis e eficiência operacional.
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