Alta do IPCA em abril pressiona Selic e preocupa economistas

Alta do IPCA em abril pressiona Selic e preocupa economistas

O IPCA de abril/2025 subiu 0,43%, impulsionado por alimentação (0,82%) e saúde (1,18%). Inflação em serviços e bens industrializados surpreendeu, mantendo pressão sobre a Selic. Analistas projetam nova alta de 0,25 pp em junho, com possível taxa final de 15% em 2025, refletindo cenário inflacionário desafiador.

Alimentação e saúde impulsionam IPCA de abril e pressionam Selic, apontam analistas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril de 2025 registrou alta de 0,43%, surpreendendo economistas com a resistência dos núcleos inflacionários. Os grupos de Alimentação e bebidas (0,82%) e Saúde e cuidados pessoais (1,18%) foram os principais responsáveis pelo resultado, reforçando pressões sobre a taxa básica de juros.

Inflação de serviços e bens industrializados surpreendem

A média dos núcleos inflacionários subiu 0,50%, indicando persistência na inflação. Produtos industrializados (como vestuário) e serviços (alimentação fora do lar e cuidados pessoais) lideraram a aceleração. Segundo a XP, os dados revelam um cenário de “inflação desafiadora”, sem sinais de moderação no curto prazo.

Leonardo Costa, economista do ASA, destaca que a inflação de serviços permanece elevada desde dezembro de 2024, entre 7,5% e 8%. “O mercado de trabalho aquecido sustenta a demanda agregada, enquanto bens industrializados refletem a atividade econômica robusta e efeitos cambiais”, explica.

Lucas Barbosa, da AZ Quest, aponta a alta inesperada de 0,80% na alimentação fora do domicílio, contrariando expectativas de desaceleração. “Serviços como consertos de veículos, cabeleireiros e bancários também aceleraram, ampliando a pressão inflacionária”, complementa.

Trajetória de alta e impactos na Selic

No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 5,53%, com projeções revisadas para cima. A XP ajustou sua estimativa para 2025 de 6% para 5,7%, enquanto o ASA prevê 5,3% (com viés de alta). Gustavo Rostelato, da Armor Capit, ressalta que serviços mantêm patamares elevados, mesmo com deflação em passagens aéreas.

Diante do cenário, analistas projetam mais um aumento na Selic. Costa e Igor Cadilhac (PicPay) antecipam alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, em junho, com a taxa podendo encerrar o ano em 15%. Gesner Oliveira, da FGV, sugere que o ciclo de altas pode pausar, dependendo do comportamento das commodities globais.

Após o ajuste para 14,75% em maio, a política monetária segue sob tensão, com inflação e atividade econômica ditando os próximos passos do Banco Central.

Por InfoRadar

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